11 de Junho Dia da Marinha Brasileira

OS PATRONOS NA MARINHA
O Patrono da Marinha
O Almirante Joaquim Marques Lisboa e Marques de Tamandaré –
O Nelson Brasileiro, é por tradição cultuado patrono
da Marinha do Brasil, em razão, segundo o espírito do Aviso
3322 de 4 dez 1925 que instituiu o seu aniversário como o Dia do Marinheiro
e Dia de Tamandaré, "representar na História Naval Brasileira
a figura de maior destaque dentre os ilustres oficiais de Marinha que honraram
e elevaram a sua classe". E mais que, "neste dia deveria a Marinha
render-lhe as homenagens reclamadas por seus inomináveis serviços
à liberdade e união dos brasileiros, demonstrando que o seu
nome e exemplos, continuam bem vivos no coração de quantos sabem
honrar a impoluta e gloriosa farda da Marinha Brasileira".

Por seus quase 67 anos de heróicos, legendários e excepcionais
serviços prestados à Marinha, é por ela hoje considerado
o seu marinheiro símbolo e padrão.
O futuro Almirante Tamandaré ingressou na Marinha do Brasil em 4 mar
1823, aos 16 anos, tendo sido designado para servir a bordo da fragata "Niterói",
como praticamente de piloto, ao comando de Taylor que, integrando esquadra
brasileira de Lord Cockrane, combateu os portugueses na guerra da Independência,
na Bahia, em 1823.
Terminada esta guerra, na qual se destacou, freqüentou por quase um
ano a Academia Imperial dos Guardas - Marinha, até ser requisitado
pelo Almirante Cockrane para embarcar na nau "D. Pedro I" destinada
a combater a Confederação do Equador, no Nordeste. Nestas ações
se impôs a admiração e estima dos seus chefes que atestaram
que ao tempo de sua participação na guerra da Independência
"já possuía condições de conduzir uma embarcação
a qualquer parte do mundo". Com isto conseguiu sua promoção
a 2º Tenente em 2 ago 1825, marco de sua brilhante carreira que o conduziria
a condição de marinheiro de guerra símbolo e padrão
do Brasil. Conforme escreveu Gustavo Barroso: "foi Tamandaré marinheiro
do primeiro e segundo Império, que vira o Brasil Reino, guerreara na
Independência, no Prata, tomara parte ao lado da lei em quase todas
as convulsões da Regência, criara e legara a vitória no
Uruguai e no Paraguai à Marinha, do segundo Império, assistira
a Proclamação da República, a Revolta da Esquadra, pisara
o convés de tábuas dos veleiros e na coberta chapeada de ferro
dos encouraçados, vira a nau e o brigue, o vapor de rodas e o monitor
e a couraça e o torpedeiro destinada a vencê-la".
Tamandaré é grande parte da História do Brasil e de
sua Marinha.
Após haver combatido na guerra da Independência na Bahia, em
1823 e na Confederação do Equador, em 1824, Tamandaré
lutou na guerra Cisplatina 1825-28, inclusive no comando de dois navios, aos
20 anos, quando capturou em ação os barcos adversários
"Ana" e "Ocho de Fabrero", além de haver lutado
bravamente em Corales e Lara Quilmes. Teve atuação febril no
combate as Setembrizada (set 1831) e Abrilada (abr 1832) e Praiera (1840)
em Pernambuco e Sabinada (1835), na Bahia e Balaiada (1841), no Maranhão
(1841). Ali comandou as forças navais, quando, em apoio a Caxias, desempenhou
ação decisiva no campo logístico e operacional.
Por estar enfermo não combateu na guerra contra Oribe e Rosas (1851-52).
Manteve ação brilhante direta na guerra contra Aguirre, em 1864
e destacada na guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai
(1865-70), até 22 dez 1866.
Seu maior feito militar foi haver comandado a conquista da cidade oriental
de Paissandú, 1 e 2 jan 1865.
Vitória que assegurou as forças militares do Brasil, posição
estratégica de real valia na vigilância de fronteira, além
de com ela abrir os portos à posse de Montevidéu, conseguida
com o acampamento do nosso Exército em Frai Bentos e de nossa Marinha
no porto de Montevidéu.
Em 11 jun 1865 travou-se a vitoriosa batalha do Riachuelo, a maior batalha
naval da América do Sul vencida pela 2ª e 3ª divisões
da Esquadra Brasileira sob o seu comando , e então comandada pelo Almirante
Barroso.
Tamandaré após relevantes serviços no comando da Esquadra
Brasileira em operações, passou o comando da mesma, em Curuzú,
encerrando, assim, mais de 30 anos de assinalados serviços à
Segurança do Brasil, passando a prestar, até 20 jan 1890, data
de sua reforma, depois de quase 67 anos de notáveis serviços
à administração naval.
Tamandaré nasceu em 13 dez 1807, na Vila de São José
do Norte, no Rio Grande do Sul. Sua infância e meninice transcorreu
debruçado no sangradouro da Lagoa dos Patos, onde desenvolveu grande
habilitação em natação e aprendeu navegação.
Inúmeras vezes atravessou o canal que mais tarde mapeou, como capitão,
em vai e vem, entre as vilas de São José do Norte e Rio Grande.
Seu padrinho de batismo foi o legendário fronteiro Marechal Manoel
Marques de Souza, precursor da Independência e que guiara como tenente,
as tropas de terra e mar que reconquistaram, em ação conjunta,
ao comando do tenente general Henrique Böhn e a partir de São
José do Norte, a Vila do Rio Grande, em 1º abr 1776, e há
13 anos em poder dos espanhóis.
O velho, experimentado, audaz, corajoso lobo do mar brasileiro, Almirante
Tamandaré, âncora da lei, baluarte defensor da Nacionalidade,
findou sua existência aos 88 anos, em 20 mar 1897, no Rio de Janeiro.
Dispensou honras fúnebres. Seis marinheiros de sua gloriosa e querida
Marinha o transportaram da sua casa ao carro fúnebre.
Tamandaré sublimou as Virtudes Militares de Bravura, Coragem, Honra
Militar, Desprendimento, Devoção e Solidariedade. Da última
falam seus heróicos e repetidos feitos de repercussão internacional,
de salvar navios e pessoas, em perigo no mar, sobre o que escreveu Gustavo
Barroso, a propósito de um salvamento na Amazônia: "A esse
homem que nascerá predestinado às lides guerreiras, o destino
reservara miraculosas salvações de navios e pessoas. Fizera-as
já no Rio da Prata, nas águas plúmbeas da Patagônia,
acabava de fazê-las no Mar Dulce da Amazônia, fá-las-ia
ainda nos mares da Europa e do Brasil".
O Patrono do Serviço de Saúde

O Alte grad. Dr. Joaquim Cândido Soares Meirelles foi consagrado, por
Dec. 63.684 de 25 nov 1968, patrono do Serviço de Saúde da Marinha,
por sua ação assinalada e superior, não só como
médico de nomeada, como por suas corajosas e pioneiras posições
em defesa de melhores condições para seus doentes. Tudo, no
exercício, por 19 anos (1845-64) das funções de Chefe
do Serviço de Saúde de nossa Marinha.
Dentre suas ações na chefia da Saúde registra-se: Instituição
da visita médica quinzenal aos navios e quartéis, para descobrir
e isolar doentes com possibilidade de contágio; exigência de
vacinação antivariólica no pessoal dos navios, quartéis
e hospitais; recomendação de profilaxia de doenças venéreas
e sifilíticas; manifestação contrária a castigos
corporais e má alimentação do pessoal dos navios; crítica
aos critérios de seleção de pessoal; recomendação
para substituir-se o uso de aguardente por café e construção
de hospital condigno na atual Cinelândia, em 1861, e indicação
para criar-se uma Escola de Ginástica e Natação para
desenvolver o físico dos recrutas admitidos como grumetes.
Todas estas posições, segundo Luiz Castro e Souza, eram feitas
com "altivez, dignidade, respeito e sobretudo, com autoridade de uma
chefia autêntica". Soares Meirelles formou-se cirurgião
de 1817-22, no Curso Academia Médico-Cirúrgica que funcionava
no Hospital Militar do Morro do Castelo. Em 1817 obteve os títulos
de doutor em medicina e cirurgia pela Faculdade de Medicina de Paris. Antes
de ingressar na Marinha, Soares Meirelles foi médico do Exército
de 1819-28, tendo servido nos atuais regimentos Sampaio e Dragões da
Independência, no Rio e no Regimento de Cavalaria e Hospital Militar,
em Ouro Preto.
Nesta condição junto com mais 11 oficiais do Exército,
por Dec. de 29 jan 1825, visitou a França em viagem de aperfeiçoamento
técnico. Então freqüentou hospitais militares e retomou
o contato com a medicina e cirurgia francesas. Soares Meirelles foi o fundador
e idealizador da Academia Nacional de Medicina e foi membro do Instituto Histórico
e Geográfico Brasileiro. Nasceu a margem do rio das Velhas, em Sabará
- MG, em 5 nov 1797, e faleceu no Rio, em 13 jul 1868, aos 71 anos.
O Patrono dos Quadros de Oficiais Auxiliares

O V. Alte João do Prado Maia, historiador e professor foi consagrado,
em vida, por Port. 1037 de 13 nov 1986, o patrono dos Quadros dos Oficiais
Auxiliares, por haver sido o 1º marinheiro a atingir o posto de Almirante,
após brilhante, fecunda e modelar carreira, galgada com inteligência,
tenacidade, devoção, disciplina, força de vontade e muito
estudo e, mais, por sua exemplar e marcante atuação como oficial
do nóvel Quadro de Oficiais Auxiliares, de 2º ten a cap (1938-46),
quando, inclusive, secretariou os ministros da Marinha – Almirantes
Henrique Guilherme, Jorge Dodsworth e Sílvio Noronha. Prado Maia, órfão
aos 8 anos, ingressou na Marinha aos 14, em 21 set 1911.
Cursou com distinção as escolas de Aprendizes de Marinheiros,
de Grumetes e de Torpedos e Minas Submarinas. Como cabo participou da 1ª
Guerra integrando a Divisão Naval de Operações de Guerra
(DNOG). Foi escrevente de 1919-37, inclusive no Gabinete do Ministro. De 1946-56,
como oficial superior do Magistério lecionou Português e História
na Escola Naval. Em 11 jun 1956, com 45 anos de serviços, foi para
a reserva como V. Alte, após o que realizou notável e fecunda
obra de divulgação da História e Tradições
da nossa Marinha, em artigos, conferências e livros onde se destaca:
As tradições dos homens do Mar que tem iniciado nas fainas de
marinheiro, sucessivas gerações de alunos dos Colégio
e Escola Naval.
Foi membro ativo e assíduo dos Institutos Histórico e Geográfico
Brasileiro e de Geografia e História Militar do Brasil onde com ele
convivemos e podemos confirmar tratar-se de: Marinheiro, cidadão, chefe
de família e amigo, exemplar e inesquecível. Prado Maia que
devotava a Marinha um amor filial, viveu com ela e para ela cerca de 78 anos.
Nasceu em 24 mar 1897, em Belém - Pará e faleceu no Rio em 25
jun 1985, aos 88 anos.

A Marinha é de extrema importância para o país, que possui
uma fronteira marítima com mais de 8.500 km - cerca de quatro mil milhas.
Temos 16 portos principais e 4 grandes terminais, por onde circulam mais de
26 mil navios por ano.
Três quartos da carga transportada pelos navios em nosso território é referente
ao comércio exterior. Por outro lado, 95% de todo o comércio exterior do Brasil
passa, em algum momento, por linhas de comunicações marítimas.
Por tudo isso, um dia é pouco para comemorar a importância da Marinha
para o país.
Mas essa importância não se dá apenas nos dias de hoje. Já se pode falar
de Marinha no Brasil desde 1567, nas lutas para defender
o território brasileiro.
Muitos embates se deram no mar, inclusive com utilização de meios navais
indígenas.
Outras batalhas foram travadas para expulsar os franceses que estabeleciam
colônias na costa brasileira no século XVII e o papel das esquadras marítimas
foi fundamental, principalmente entre os anos de 1610 e 1615.
Demorou um pouco mais para o Brasil constituir sua própria esquadra, independentemente
de Portugal.
Em 1823, a Marinha desempenhou importante papel para a
consolidação da independência, pois foi a responsável pela formação da primeira
esquadra brasileira.
Com ajuda da marinha inglesa, a frota brasileira conseguiu
recuperar o Norte, o Nordeste e a Província Cisplatina ao território do país.
Outras participações importantes foram
Combate Naval de Abrolhos, expulsando os holandeses, em 1631; ação naval
na Baía de Todos os Santos, expulsando os holandeses de Salvador em 1635;
Batalha Naval do Riachuelo, em 1865, na Guerra Cisplatina; na Primeira Guerra
Mundial, em 1918, apoiando os Aliados; na Segunda Guerra Mundial, de 1941
a 1945, também apoiando os Aliados na luta contra o nazi-fascismo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário